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Potiguar vítima de naufrágio em PE é velado na Grande Natal; outro tripulante do RN é único desaparecido

Cozinheiro Antônio Bezerra, uma das quatro vítimas confirmadas do naufrágio, foi velado em Ceará-Mirim nesta quarta (18). Comandante do navio, Edriano Gomes...

Potiguar vítima de naufrágio em PE é velado na Grande Natal; outro tripulante do RN é único desaparecido
Potiguar vítima de naufrágio em PE é velado na Grande Natal; outro tripulante do RN é único desaparecido (Foto: Reprodução)

Cozinheiro Antônio Bezerra, uma das quatro vítimas confirmadas do naufrágio, foi velado em Ceará-Mirim nesta quarta (18). Comandante do navio, Edriano Gomes, de Rio do Fogo, ainda não havia sido encontrado. Antônio Rafael Bezerra (camisa verde) é uma das vítimas do naufrágio; Edriano Gomes de Miranda (camisa azul) permanecia desaparecido Cedida O corpo do potiguar Antônio Rafael Bezerra, uma das vítimas do naufrágio do navio de carga em Pernambuco no domingo passado (15), foi velado na manhã desta quarta-feira (18) em Ceará-Mirim, na Região Metropolitana de Natal. Antônio tinha 64 anos e era cozinheiro da embarcação. Ele é uma das quatro vítimas confirmadas do acidente com o navio. Outras quatro pessoas foram resgatadas com vida, e o comandante da embarcação, o potiguar Edriano Gomes de Miranda, de 48 anos, é o único tripulante que permanecia desaparecido até a manhã desta quarta. 📳Participe do canal do g1 RN no WhatsApp O corpo de Antônio Rafael Bezerra foi reconhecido pela família dele no Instituto Médico Legal (IML) do Recife na terça-feira. Em seguida, voltou ao Rio Grande do Norte para a despedida de amigos e parentes. Segundo a família, o cozinheiro potiguar costumava fazer o trajeto de Recife para Fernando de Noronha - o mesmo que a embarcação fazia quando afundou - pelo menos duas vezes por mês. Um outro potiguar está entre os quatro sobreviventes do naufrágio: o marinheiro auxiliar Edvaldo Baracho da Silva, de 57 anos. Ele disse que o navio afundou de maneira rápida e que precisou "nadar muito" para conseguir ser resgatado. Potiguar segue desaparecido após naufrágio em Pernambuco Buscas pelo último desaparecido A Marinha e a Capitania dos Portos informaram que continuam, nesta quarta-feira (15), as buscas pelo último tripulante desaparecido, o potiguar Edriano Gomes de Miranda, que é natural de Rio do Fogo. Edriano tem 48 anos de idade e 10 de experiência em alto mar como comandante de embarcações fazendo esse mesmo trajeto de Recife para Fernando de Noronha, além de ser mergulhador. Por conta disso, a família mantém as esperanças de encontrá-lo com vida. Em nota nesta quarta, a Marinha informou que as buscas seguiam com o Navio-Patrulha "Macau", embarcações e viaturas pertencentes às Capitanias dos Portos de Pernambuco e Paraíba (CPPE e CPPB), aeronaves da Força Aérea Brasileira, e com o Grupo Tático Aéreo da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco e Polícia Militar da Paraíba, além do apoio de equipe do Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba e comunidade marítima Segundo a Marinha, os envolvidos nas buscas "seguem padrões técnicos e consideram os efeitos de correntes de deriva e ventos observados na área". Ao todo, segundo a Marinha, 457 quilômetros quadrados foram percorridos até esta quarta. Na terça, a esposa do comandante, Bruna da Silva, esteve em Recife e disse que Edriano mandou mensagens sobre os problemas da embarcação enquanto o navio inclinava. A mensagem foi enviada perto das 16h. "Ele falou que o barco estava afundando, teve contato com a empresa e estava voltando para o Recife, porque estava sem condições de viajar com a quantidade de carga; era muita carga e ficou o peso para um lado. 'Por pouco não afundou', ele falou, ainda antes de afundar'", disse a esposa de Edriano à TV Globo, em Recife. Esposa de comandante do navio Concórdia disse que marido enviou mensagens antes de embarcação afundar Marinheiro potiguar está entre sobreviventes O potiguar Edvaldo Baracho da Silva, de 57 anos, foi um dos quatro sobreviventes resgatados. O marinheiro auxiliar contou que os tripulantes notaram problemas com a embarcação antes dela naufragar, decidiram retornar e chamar um navio rebocador. Foi nesse momento que a embarcação afundou de vez. "A gente chamou o rebocador, que estava aproximando, o PHS [modelo de embarcação de resgate], e ele encostou. Passamos o cabo e na hora começou a arrastar, ai ele adernou [inclinou]. Quando ele adernou, o comandante chamou no rádio. E desacelerou. Foi muito rápido, muito rápido", contou. O marinheiro auxiliar Edvaldo da Silva explicou ainda que o movimento de manobra do navio rebocador demorou cerca de um hora, por conta do tamanho da embarcação. "Na hora que a embarcação virou, o rebocador cortou o cabo e nós pulamos na água. O rebocador manobrou para pegar a gente, mas, como ele é muito grande, passou mais ou menos uma hora pra ele resgatar. Eu nadei muito para chegar no rebocador", disse. "Eu estava com a nadadeira. Se fosse um barco pequeno pra pegar a gente, era muito rápido, mas embarcação grande pra manobrar não é tão fácil". Edvaldo Baracho da Silva foi um dos sobreviventes do naufrágio Reprodução/Inter TV Cabugi O marinheiro auxiliar contou que esse é o segundo naufrágio que sofre. "Eu trabalhei seis anos e dei uma parada, fiquei em casa com minha irmã, que tem uma granja. Fiquei cuidando da granja. Foram dois anos parado, sem navegar. A família pediu para eu não navegar mais, porque eu tinha sofrido um naufrágio há quatro anos", contou. O marinheiro auxiliar disse que pensa em mudar de área após o novo susto. "Eu estou perto de me aposentar, eu quero sair dessa área", disse. LEIA TAMBÉM NAUFRÁGIO: Vídeo mostra navio Concórdia pouco antes de afundar no litoral de Pernambuco Naufrágio O navio de carga Concórdia naufragou a caminho de Fernando de Noronha na noite do domingo (15). Segundo o dono da embarcação, Antônio Gonçalves, o navio afundou nas proximidades da Ilha de Itamaracá, no Grande Recife. “O barco saiu no sábado, estava quase no meio do caminho. A carga soltou e a tripulação resolveu retornar para o Recife. O barco pode transportar até 180 toneladas e estada cheio”, contou o dono do barco, Antônio Gonçalves, ao g1. Marinha realiza buscas por tripulantes do navio Concórdia desaparecidos após naufrágio no litoral de Pernambuco Antônio Gonçalves disse que o navio transportava material de construção e alimentos. “Os porões estavam com materiais para abastecer os mercados da ilha, além de material de construção. O movimento em Noronha melhorou, o prejuízo é grande”, declarou Antônio. A rota entre o Recife e Fernando de Noronha tem 545 quilômetros. Os navios que abastecem a ilha levam cerca de 48 horas no percurso. O g1 entrou em contato com a Marinha do Brasil, que informou que o navio saiu do Porto do Recife e que tomou conhecimento do naufrágio na noite de domingo (15). Segundo a autoridade marítima, o Concórdia estava a aproximadamente 8,5 milhas náuticas (cerca de 15 quilômetros) da praia de Ponta de Pedras, no município de Goiana, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. Mapa com localização aproximada do naufrágio do navio de carga Concórdia, que seguia do Recife para Fernando de Noronha Arte/g1 Vídeos mais assistidos do g1 RN